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Pesquisador do Lepec comenta 10 anos de mobilidade urbana em Fortaleza em reportagem do Diário do Nordeste

Data de publicação: 30 de setembro de 2020. Categoria: Sem categoria

Encerrando o mês da mobilidade urbana, o Diário do Nordeste divulgou uma reportagem avaliando os últimos 10 anos de políticas públicas nesse tema, em sua edição de domingo, dia 26 de setembro de 2020. O professor e pesquisador do Lepec, Irapuan Peixoto, foi um dos comentadores.

A matéria apresenta dados que mostram um crescimento de 60,9% da frota de veículos da cidade de Fortaleza e as medidas adotadas pelo poder público para lidar com o problema do fluxo de trânsito na cidade. O professor Irapuan comentou sobre a teoria das estradas, sobre como a ampliação ou alargamento de vias, na verdade, gera mais congestionamentos em médio prazo:

“Quanto mais se alarga uma avenida ou se constrói túneis, mais trânsito você gera. Aquela nova estrutura vai saturar sua capacidade e se tornar um novo problema. Um crescimento de frota desse só se resolveria com a criação de alternativas de uso”, observa.

Enquanto o secretário executivo da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos, Luiz Alberto Saboia, destacou que as mudanças no fluxo e na cultura do trânsito não se executam em uma única gestão; e o gerente do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento, Bernardo Serra, ressaltou o avanço nas medidas de mobilidade; o professor comentou como a “cultura do carro” ainda é predominante no comportamento da população, mas também referendado pelo poder público.

Irapuan Peixoto, da UFC, percebe que a Capital “ainda é voltada para o automóvel particular”, apesar do “inegável fortalecimento de outros modais”. Segundo ele, pesquisas sobre deslocamento realizadas pelo Lepec indicam que o automóvel ainda é o meio mais rápido na cidade, seja para estudar ou trabalhar. “Ou seja, a estrutura ainda é voltada pro carro e penaliza o usuário do transporte público”, conclui.

O sociólogo acredita que o transporte público só se tornará realmente atrativo quando se puder “confiar” nele, sobretudo nos horários programados, na distribuição racionalizada de linhas (sem sobrecarregar determinadas vias) e na integração entre os modais. “Isso passa a ideia de que a pessoa vai perder tempo ao usar vários veículos, mas, na verdade, se os horários são planejados e cumpridos, ela pode cumprir um trajeto mais rápido que um carro”.

Por fim, Peixoto sugere o desenvolvimento de políticas de unidades de vizinhança para tornar os deslocamentos mais amigáveis na cidade, uma proposta, inclusive, já está preconizada no plano do Fortaleza 2040, ainda que reconheça que o grande desafio seja implementá-lo:

Para o sociólogo da UFC, no plano ideal, a cidade deveria dispor de comércio, saúde, educação e cultura num raio próximo das comunidades, a fim de diminuir a necessidade de deslocamentos. “Uma cidade como Fortaleza não tem mais só um Centro; temos também a Messejana, o Montese, a Bezerra de Menezes, a Aldeota, ainda que desigual. Precisamos criar condições para que esses serviços se distribuam melhor”, reflete.

A reportagem na íntegra pode ser acessada neste link.

Irapuan Peixoto desenvolve pesquisas sobre mobilidade urbana, com ênfase na infraestrutura, no sistema de modais, no deslocamento das pessoas e no uso de bicicletas.

 

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