Introdução
A pesquisa visa investigar a sociabilidade juvenil nas escolas de Ensino Médio de Fortaleza e do Estado do Ceará, percebendo como se dá a organização cotidiana no ambiente educacional, quais grupos os jovens formam e como estes interagem entre si e em relação com a instituição escolar, percebendo a escola como um espaço social conflitivo na qual atuam vários atores distintos, como: jovens estudantes, professores, núcleo gestor, funcionários, colaboradores e a comunidade do entorno.
Um desdobramento dessa observação também dá destaque ao consumo de bens culturais pelos jovens nas escolas, analisando como estes se envolvem com música, literatura, séries de TV, histórias em quadrinhos e cinema, e os impactos que isso tem para a sociabilidade dos mesmos. Além disso, percebe-se que esses jovens estão acessando um tipo de cultura global e, dessa forma, adquirindo um tipo de capital cultural ao qual seus pais nunca tiveram acesso. A diferenciação entre pais e filhos se dá não somente pelo maior tempo de estudo desses últimos, em decorrência da ampliação das políticas públicas de acesso escolar das décadas recentes, mas também pela apropriação de um capital cultural cosmopolita. Quais as implicações disso para a vida desses jovens?
- Pesquisador Sênior: Irapuan Peixoto Lima Filho
- Situação: Em andamento (desde 2014).
- Bolsistas/pesquisadores:
- Camila Maria Cunha de Souza (2014) PIBIC/UFC
- Suianny Andrade de Freitas (2015) PIBIC/UFC
- Germana Nayara Lopes Lima (2015-2017) PIBIC/UFC
- Igor Mascarenhas dos Santos Costa (2016) PIBIC/UFC
- Ana Alice Lima de Sousa (2017-2019) Voluntária
- Paula Cristina Barros Lopes (2018-2021) Mestrado em Sociologia/ UFC
- Felipe Barreira Ferreira (2018-2021) Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (PROFSOCIO/UFC)
- Paulo de Tarso Servílio Filho (2018-2021) Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (PROFSOCIO/UFC)
- Karina dos Santos Oliveira (2018-até o presente) Doutorado em Sociologia/ UFC
- Tarsizio Cipriano Freitas (2021-até o presente) Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (PROFSOCIO/UFC)
- Melanilce Karla da Silva Batista (2022-até o presente) Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (PROFSOCIO/UFC)
- Manoel Ximenes Azevedo Neto (2022-até o presente) Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (PROFSOCIO/UFC)
- Bruna Muniz da Silva (2022-até o presente) Doutorado em Sociologia/ UFC
- Nayraline Barbosa de Oliveira (2023-até o presente) Mestrado em Sociologia/ UFC
Metodologia
A pesquisa iniciou pela comparação entre duas escolas de periferia de Fortaleza, uma Regular e outra Profissional, ambas em bairros advindos de grandes conjuntos habitacionais e com características de escolas “de bairro”. Entre 2014 e 2015 foram realizados a aplicação de questionários, realização de grupos focais, entrevistas e observação de campo da rotina escolar, com diálogos informais com professores e com a gestão escolar. A observação de campo prosseguiu ao longo do ano de 2016, centrada na convivência com os estudantes e a rotina escolar.
Em 2017 e 2018 a pesquisa foi ampliada com a aplicação de questionários em escolas espalhadas pelo território do Ceará, atingindo 35 instituições, públicas e privadas, de várias modalidades (regular, profissional, integral, indígena etc.), totalizando 1.313 estudantes entrevistados.
Desde então, a pesquisa se ramificou em outras linhas, por meio do trabalho de orientandos e outras coletas de questionários diversas, principalmente, a partir da Pandemia de Covid-19, na qual foram aplicados questionários online nos âmbitos estaduais e nacionais sobre o tema.
O Projeto Virando o Jogo
A pesquisa ganhou uma ramificação por meio do trabalho de pesquisa e extensão de acompanhamento do Projeto Virando o Jogo do Governo do Estado do Ceará, que propicia um curso de formação profissional para jovens que não estejam estudando ou trabalhando nas periferias de Fortaleza, iniciando em 2020 e prosseguindo até o momento. Apesar de não se tratar de jovens que estejam na escola, esta pesquisa continua investigando jovens em idade escolar e traz várias questões relacionadas à vivência estudantil.
Na pesquisa do VoJ são aplicados questionários, grupos focais e entrevistas com os jovens de cada edição do projeto: edição 1 (2020), 2 (2021), 3 e 4 (2022) e 5 (2023).
