Terceiro encontro do seminário de Sociologia Brasileira discute a obra de Florestan Fernandes
Data da publicação: 30 de setembro de 2020 Categoria: Sem categoriaOcorreu na segunda-feira, dia 28 de setembro de 2020, o terceiro encontro do Seminário Gilberto Freyre e Florestan Fernandes: Marcos da Sociologia Brasileira, com a mesa redonda 2, com as conferências: Florestan Fernandes: Questões atuais de uma Sociologia Crítica, de Irlys Barreira, fundadora e coordenadora emérita do Lepec; e Autocracia Burguesa no Brasil, de Mônica Martins, vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual do Ceará e coordenadora do Laboratório das Transnacionalidades e editora da revista Tensões Mundiais; e foi mediada e comentada pelo professor Marcos Paulo Campos, da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).
A conferência de Irlys Barreira versou sobre a obra em geral do sociólogo paulista, atentando como desenvolveu uma Sociologia de profundo rigor metodológico e grande apuro teórico sem perder os laços com as ideologias e as causas nas quais acreditava o cientista, na luta pela diminuição das desigualdades sociais do Brasil e por uma educação pública de qualidade.
Irlys ressaltou que as qualidades intrínsecas à obra de Fernandes devem servir de inspiração para os sociólogos de hoje na busca de uma Sociologia de qualidade e relevância teórica e social que venha a contribuir com a melhoria da sociedade.
A fala de Mônica Martins deu destaque à obra mais importante de Florestan Fernandes, A Revolução Burguesa no Brasil, de 1975, e sua inovadora, original e ainda pertinente explicação de como se moldou o sistema capitalista em nosso país e, principalmente, como se deu o processo de afirmação e manutenção do poder das classes dominantes por meio de um viés autocrático.
Martins também ressaltou paralelos da obra com suas próprias pesquisas na constituição de uma burguesia no semi-árido cearense e a proletarização do campo, ao mesmo tempo em que anotou como os currículos de Sociologia nas universidades começaram a se afastar da investigação sobre classes sociais e o poder, deixando lacunas na explicação sociológica da realidade brasileira atual.
O professor Marcos Paulo Campos comentou as falas das duas professores, adicionou alguns questionamentos atuais à obra e abriu o debate com a plateia.
O evento está disponível no canal do YouTube do Lepec e pode ser assistido neste link.