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Jornal O Povo usa pesquisa do Lepec sobre isolamento social para explicar aumento no número de casos de Covid em Fortaleza

Data da publicação: 13 de junho de 2020 Categoria: Sem categoria

O jornal O Povo publicou matéria no dia 29 de abril de 2020 comentando o aumento do número de casos de Covid-19 em Fortaleza e usou a pesquisa do Lepec sobre aglomerações e deslocamentos no isolamento social para ajudar a explicar o fenômeno.

Leia a reportagem original neste link.

Com a manchete Em 6 dias, casos mais que dobram em 48 bairros de Fortaleza; no Parque Santa Maria e Airton Senna casos quadruplicam, O Povo relacionou os dados da pesquisa coordenada pelos professores Danyelle Nilin Gonçalves e Irapuan Peixoto Lima Filho, particularmente quanto à necessidade dos moradores de bairros com menor renda de continuarem a se deslocar para trabalhar mesmo durante o isolamento.

A matéria destaca os dados de que família com menor renda tinham maior tendência de saírem de casa para trabalhar e, ainda, que os bairros de destino para esse labor eram principalmente aqueles centrais de Fortaleza, como Aldeota, Centro e Meireles, enquanto Aldeota e Meireles também concentraram o maior número de casos de Covid no início da pandemia na cidade.

Esse fluxo de moradores da periferia para os bairros centrais, por motivo de trabalho, pode ser uma das explicações para o grande aumento dos casos mesmo com a prática de isolamento social promovida pelo Governo do Estado do Ceará e a Prefeitura Municipal de Fortaleza desde meados de março.

A reportagem diz:

Conforme Irapuan Peixoto Lima Filho, professor do Laboratório de Estudos em Política, Educação e Cidade (Lepec) da Universidade Federal do Ceará (UFC), bairros nobres têm uma grande quantidade de condomínios e residências com demanda de serviços de porteiro, zelador, empregadas domésticas, por exemplo. “Essas famílias de maior renda não estão abrindo mão desses serviços. O trabalhador que executa esse tipo de tarefa se desloca para trabalhar e fica suscetível à contaminação. Isso ajuda a entender essa curva”, diz.

As regiões que apresentam salto de casos na última semana possuem maior quantidade de “casas pequenas, pouco arejadas com poucos cômodos”. Além disso, ele aponta a dificuldade em abrir mão de determinados comportamentos, “como se reunir nas calçadas”. Ele elogia as medidas da Prefeitura como o diálogo com lideranças comunitárias e profissionais da atenção primária, mas frisa que o poder público deve atuar em diversas frentes. “Um material de divulgação que chegue a essa população e com uma linguagem que ela entenda. Vídeos curtos que possam circular pelo WhatsApp. Com linguagem direta e simples, ensinando como usar a máscara”, exemplifica. “Para ações específicas em regiões com maior aumento de infectados, é preciso entender qual o problema específico que a região enfrenta, não algo genérico”, aponta.

A pesquisa utilizou 1977 entrevistados via formulário eletrônico de praticamente todos os bairros de Fortaleza, e além de Danyelle Nilin e Irapuan Peixoto, conta com a participação dos pesquisadores Harlon Romariz e Rafael Mesquita. Um relatório parcial da investigação foi publicado (veja aqui). 

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